Uma coisa que se aprende ao ouvir podcasts - qualquer podcast - é que o nível de barulho, em Portugal, é intolerávelmente alto.
- Não dá para ir correr a ouvir podcasts;
- Não dá para ir ao café a ouvir podcasts;
- Não dá para ir andar de patins/skate a ouvir podcasts;
- Não dá para dar uma volta a ouvir podcasts;
- Não dá para ir jantar fora a ouvir podcasts;
- Agora, em minha casa, quase que não dá para lavar a louça a ouvir podcasts…
Não conheço a tua situação em concreto, mas não subscrevo de todo o que dizes x)
A correr terás sempre o barulho do teu movimento. Quanto ao barulho exterior na rua, cafés, etc, usa uns bons fones. Em casa em princípio não precisarás de fones, a não ser que estejas longe de colunas ou a fazer barulho (a lavar a loiça por exemplo). Se tiveres muito barulho para lá das tuas paredes, se calhar devias pensar em falar com os vizinhos em questão?
Não vejo o que há de especial em Portugal; parece-me apenas um problema de viver num centro urbano.
Reconheço que é um bocado de “maus fígados”, mas realmente deixa-me perturbado. Mas vamos por partes:
A correr os carros e os escapes abertos não me deixam ouvir o que se diz nos podcasts. Bons fones talvez ajude, mas para fazer exercício convém que sejam daqueles pequeninos… não dá para usar matacões e os com cancelamento do ruído talvez sejam até perigosos… não tenho desses. Tenho uns baratos porque se é para andar a comprar fones de 6 em 6 meses por causa da obsolescência programada, então compro no chinês.
Em casa, claro que preciso. Não vou obrigar os outros a ouvir as minhas macacadas, ainda por cima em “estrangeiro de fora”. Mas o que me deixa doido é agora o vizinho por~se a “produzir música” de carrinhos de choque (no outro dia foi o dia inteiro de pombinhas da catrina em ritmo carrinhos de choque) e a altos berros - em qualquer país civilizado aquilo não era tolerado.
Já tentei falar com a peça e foi muito malcriado afirmando mesmo que não estava disposto a aceitar as regras comummente aceites - perdeu a oportunidade de qualquer outra conversa. Agora a próxima conversa vai ser com a polícia.
Mas em termos gerais, realmente em Portugal isso do barulho passa mesmo ao lado - ninguém se preocupa. Mesmo aquilo que está legislado não é para cumprir (veja-se o aeroporto) e os decisores pura e simplesmente não pensam nisso. Aquelas barreiras de som que são obrigatórias, agora, devem ter sido copiadas duma legislação estrangeira qualquer e são aplicadas de forma pouco eficaz.
Dois factos:
- Há tempos li um artigo (nem sei se o partilhei) sobre como na Holanda limitam a velocidade dos carros em função do barulho que os pneus fazem na estrada em zonas residenciais. Aqui tira-se a ponta do escape para fazer mais barulho.
- Ainda há bocado ouvi o Miguel Vale de Almeida no podcast 45 graus a afirmar que “followup da legislação em Portugal é zero”. Palavras dele. Acho que o meu problema é prentender realmente “escutar” (mais do que ouvir) o que se está a dizer - se fosse música era mais “consumível”, mas tentar realmente saber o que se está a dizer e ainda por cima noutras línguas… fica assim: “So i thinBRRRRRRRRRrrrrrrrrrrrrrrrrr about this”.
Realmente a tua situação é muito desagradável, mas daí a generalizar, não sei. Talvez sejamos mais “barulhentos” que outros povos, à semelhança dos Espanhóis, Italianos, Gregos, etc, contudo o que descreveste parece-me ser uma situação bastante anómala, especialmente tendo em conta a notável simpatia do teu prezado vizinho.
Se de facto te incomoda e não te permite descansar nos teus momentos de lazer, nomeadamente à noite, não me parece de todo descabido entrar e contacto com as autoridades. Podes ainda antes tentar falar com a administração do condomínio, caso se aplique.Quantos aos escapes abertos, é algo que me tira do sério quando apanho na rua, mas felizmente tem sido bastante esporádico. Talvez esteja só com sorte. A polícia devia apertar muito mais com isso, sem dúvida. E claro, menos carros nas ruas seria ótimo também…
É… talvez eu ande mesmo um bocado amargo demais. Às vezes generalizo por saturação.
Acho que tens razão quanto a queixar-me à administração. Vai ser o próximo passo, antes da polícia.
Boa sorte com isso!